Entrevista sobre A garota italiana

1. Por que você decidiu reescrever alguns dos seus livros mais antigos?
Eu escrevi a história de Rosanna e Roberto originalmente dezessete anos atrás, e ela foi publicada, em 1996, como Aria sob meu antigo pseudônimo, Lucinda Edmonds. No ano passado, alguns dos meus editores perguntaram sobre meus títulos mais antigos e eu disse que todos estavam fora de catálogo atualmente, mas eles pediram alguns exemplares. Lá fui eu até meu sótão e peguei os oito livros que havia escrito tantos anos antes. Estavam cobertos de cocô de camundongo, teias de aranha e cheirando a mofo, mas eu os mandei mesmo assim, explicando que era muito jovem na época e entendia totalmente se eles quisessem jogá-los no lixo na mesma hora. Para minha surpresa, a reação foi incrivelmente positiva, e eles me perguntaram se eu gostaria de relançá-los.

2. Por que você quis reescrever primeiro este livro?
Essa sempre foi uma das minhas histórias preferidas. Eu adorava a ambientação da Itália, o elemento da ópera e o relacionamento entre Rosanna e Roberto. Infelizmente, às vezes uma “paixão grandiosa” não se traduz numa parceria duradoura e estável.

3. Como foi seu processo de reescrita?
Sob alguns aspectos, foi mais difícil do que começar um livro totalmente novo, porque, nos últimos quinze anos, eu tive outras experiências de vida e quis incluí-las na história. Minha sensação é de que antes era uma contadora de histórias, mas hoje sou também escritora. É preciso muitos anos de trabalho duro para aperfeiçoar um ofício.

4. Como esse livro nasceu? E em que tema você se concentrou?
A primeira vez que estive na Itália foi aos 5 anos, e desde então voltei muitas vezes. Acho que é o país mais lindo do mundo e adoraria ter uma casa lá um dia. Eu AMO casas e meu sonho é morar numa cidadezinha na “verdadeira” Itália, onde eu possa ir todos os dias ao café da esquina comer um prosciutto fantástico, tomates incríveis, massa e risoto! Quando escrevi A garota italiana, queria me concentrar na riqueza da cultura italiana e no coração profundamente emotivo de seu povo. Como eu cresci na ópera (meu tio era o iluminador-chefe da Royal Opera House de Londres, de modo que pude assistir muitos ensaios gerais e espetáculos), decidi escrever sobre isso e, sem dúvida, A garota italiana é a história de amor mais apaixonada – e condenada – que eu já escrevi.

5. Qual foi sua inspiração inicial para Aria/A garota italiana?
Coo falei, meu tio trabalhou como iluminador-chefe na Royal Opera House de Londres, em Covent Garden, e eu tive a sorte de assistir a muitos ensaios gerais. Cheguei a ver Kiri Te Kanawa fazer sua estreia em La Bohème. A dramaticidade grandiosa do gênero operístico era um contexto perfeito para a emoção do relacionamento entre Roberto e Rosanna.

6. Suas protagonistas sempre tendem a ser muito artísticas. Por quê?
Porque eu mesma já fui bailarina clássica e atriz, e escrevo sobre o que conheço. Acho que me sairia muito mal escrevendo sobre uma contadora!

7. O relacionamento entre Roberto e Rosanna é muito ardente e apaixonado. Você se inspirou em alguém que conhece para criá-lo?
Com certeza! Meu marido e eu temos uma relação muito dinâmica, e agora trabalhamos juntos, uma vez que ele é meu agente literário e empresário. Trabalhar junto aproxima o casal, já que os dois têm os mesmos objetivos, mas pode ser que nem sempre eles concordem em relação a como alcançá-los!

8. Quem é seu personagem preferido em A garota italiana e por quê?
Gosto muito de Luca: ele é extremamente altruísta, mas ao mesmo tempo tem o próprio sonho que aguarda pacientemente para realizar.

9. A garota italiana é ambientado em Nápoles e Milão. Você passou muito tempo nessas cidades?
Como todo mundo, eu adoro a Itália, e uma das primeiras lembranças que tenho é de quando meus pais me levaram a Nápoles e pude ver Capri ao longe e até o monte Vesúvio. Já Milão é uma das minhas cidades preferidas no mundo: a arquitetura é deslumbrante, e a cultura em matéria de arte e música é uma inspiração de tirar o fôlego. O país inteiro tem uma vibração e uma paixão palpáveis.