O Cumann na mBan
Logotipo do Cumann na mBan
Quando comecei a pesquisar a revolução irlandesa mais profundamente, encontrei breves menções às mulheres do Cumann na mBan, o conselho das mulheres irlandesas.
Fundado em 1914, o Cumann na mBan (pronuncia-se cu-mann na mahn) era inicialmente composto por sufragistas, ativistas sindicais e socialistas que se sentiam privadas de seus direitos pelos Voluntários Irlandeses, que eram todos do sexo masculino. Em seu cerne estava a mudança social, os direitos das mulheres e o direito da Irlanda de formar uma república – pelo uso da força e das armas, se necessário.
A newspaper ad drafting members for Cumann na mBan
No período que antecedeu a Revolta da Páscoa de 1916, o Cumann na mBan tornou-se oficialmente uma força paramilitar, junto com os Voluntários Irlandeses e o Exército Civil Irlandês. Nno dia da revolta, as principais líderes do Cumann na mBan estavam envolvidas no ataque ao Correio, armadas com revólveres e semeando a insurgência em Dublin, ajudando a desencadear a revolução irlandesa.
Tive o privilégio de conversar com a Dra. Hélène O’Keefe, atualmente concluindo um doutorado em História da Irlanda, que me levou à melhor fonte histórica: The Irish Military Service Pensions Collection, um monumental arquivo sobre o esforço militar republicano irlandês de 1916 a 1923 e as forças políticas, sociais e culturais que o sustentaram
Registrados em papel amarelado e datilografado, encontrei relatos em primeira mão de mulheres em West Cork que arriscaram suas vidas para apoiar a Guerra da Independência da Irlanda contra os britânicos. Essa pesquisa inspirou diretamente as personagens de Nuala e Hannah Murphy, bem como outras corajosas personagens femininas nas seções referentes a 1920 de A irmã desaparecida. Ellie Sheehy, de West Cork, foi uma dessas mulheres, e é mencionada brevemente em A irmã desaparecida. No relatório, podemos ver a extensão de seu trabalho incansável:
Havia um depósito de armas perto da casa dela, a cerca de três campos de distância… uma caixa de bombas e uma caixa de munição. (…) Ela as levou para sua casa depois que os militares passaram… Ela ajudou a equipar uma coluna de cerca de quarenta homens.
Por meio das personagens Nuala e Hannnah, pude mostrar um pouco das atividades realizadas pelo Cumann na mBan. Além de transportar mensagens secretas, atuar como espiãs, esconder armas e fornecer esconderijos, elas cuidavam dos voluntários e os alimentavam e vestiam.
Como Ambrose afirma em A irmã desaparecida, existem poucos registros pessoais escritos por mulheres no período da revolução. Embora tenhamos vários relatos dos homens da Coluna Veloz, por exemplo, as trajetórias das mulheres ainda precisam ser contadas. Espero que as histórias de Nuala e Hannah inspirem meus leitores a descobrir mais sobre essa parte fascinante da história irlandesa.
Mulheres do Cumann na mBan treinando com rifles.